bilhete
encontrei este bilhete entalado no banco do 28. um bilhete perdido, como eu, com palavras agarradas ao papel, como a quererem fugir do que sentem. alguém perdeu-o. eu achei. é o que acontece nos perdidos e achados do amor.
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encontrei este bilhete entalado no banco do 28. um bilhete perdido, como eu, com palavras agarradas ao papel, como a quererem fugir do que sentem. alguém perdeu-o. eu achei. é o que acontece nos perdidos e achados do amor.
pelos carris do eléctrico 28 sentem-se os lugares. há quem faça dos lugares expressão de sentimentos. um livro aberto do que a alma debita. não há folhas, mas há paredes. alguém decretou a morte do amor. a morte não se decreta. a morte acontece para todas as coisas à face da terra, excepto para uma, o amor. ninguém mata o amor. não há assassinos do amor. estão todos desempregados. porque todos querem amor sobre todas as coisas visíveis e invisíveis. o amor adormece, mas não morre.