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"os cafés em Portugal têm sido até agora exclusivamente alfobre de revolucionários." in a illustração portuguesa
acordo com a pestana colada. deve ter sido do sonho especulado. da minha boca não sai palavra. estou mudo para o mundo. perdi a linguagem dos sentidos. falta-me a fala. achei a razão. deixei a última palavra perdida na tua boca.
faz sentido o silêncio, como fez sentido as palavras carregadas de amor. continuarei aqui a olhar para ti meu amor. como quem olha para uma pitangueira carregada de suculentos frutos proibidos. continuarei a olhar num vermelho vagaroso de pitanga. engolirei os caroços que mereço. ficarei da cor do vermelho vagaroso até transformar-me em pitanga com caroço.
para que as coisas resultem, a nossa escuridão tem de ficar bem clara. promete-me que a tudo o que o amor possa ter de sujo brindaremos com copos de cristal. Ana Tecedeiro em Rebento-Ladrão, s/l: Tea For One, 2014, p. 9.
Porque não soube merecer a glória, a mais suave de me deitar a teu lado e que o sangue a palavra abolisse a diferença entre o meu corpo e a minha voz porque te perdi não sei quem sou. António Ramos Rosa
estendi a minha mão no vazio. estico os dedos procurando tocar o espaço ausente. um movimento que se perde na tentativa do toque. o toque da mão estendida ao vento que passa. e nesse vento desaprece a mão que não se vê. um aperto de mão que se perde no aperto de garganta que se ganha.